"The Book of RAM", inspiradora leitura |
Um dia, Rama foi informado
que estava na hora dele morrer e que Yama, deus da morte, não conseguia
alcançá-lo porque temia Hanumam, que protegia os portões do palácio real.
Rama precisava distraí-lo. Então Rama jogou um anel em uma fenda no chão do
palácio e pediu para Hanumam ir buscá-lo. Com seus poderes, Hanumam reduziu seu
tamanho a de um inseto e entrou na fenda apenas para descobrir que estava em um
túnel, uma passagem para a terra das serpentes, Nag Lok. Hanumam encontrou
Vasuki, o rei das serpentes, e o informou de sua missão: achar o anel de Rama.
Vasuki o guiou à entrada da sala dos anéis, onde haviam centenas de milhares de
anéis, “certamente você encontrará o que procura aqui”, completou. Hanumam encontrou o
anel e percebeu perplexo que todos os anéis da sala eram cópias fiéis do de
Rama e foi perguntar a Vasuki o que aquilo significava. À essa pergunta,
Hanumam ouviu como resposta: “Esse mundo em que vivemos passa por ciclos de
vida e morte. Cada ciclo de vida do mundo é chamado de Kalpa. Cada Kalpa é
composta por quatro Yugas ou quartos. No segundo quarto ou Tret Yuga, Rama
nasce em Ayodhya. Um dia seu anel cai da terra no reino subterrâneo das
serpentes através de um túnel. Um macaco segue o anel e Rama morre. Assim tem
acontecido por centenas de milhares de Kalpas. Todos esses anéis são
testemunhas disso. E olhe, existem salas vazias em Nag Lok esperando pelos
anéis dos futuros Ramas.” Hanumam então percebeu que esse tinha sido o jeito
que Rama encontrou para falar que ele não poderia impedir a morte de vir
buscá-lo. Rama morreria. O mundo morreria. Mas como todas as coisas, Rama
renasceria toda vez que o mundo renascesse. De modo que seria para sempre.
Lindo, não?
Rama entre Lakshamana e Sita, Hanumam ajoelhado |
Eka-vachani, Eka-bani e Eka-patni
Ele é Eka-vachani,
um rei que sempre mantém sua palavra; Eka-bani,
um arqueiro que sempre atinge seu alvo com a primeira flecha; e Eka-patni, um marido que é eternamente e
absolutamente devoto a uma única esposa. Ele é maryada
purushottam Rama, o supremo sustentáculo dos valores sociais, o rebento do
clã Raghu, jóia da dinastia solar, o
sétimo avatar de Vishnu, Deus que estabelece ordem na vida mundana. Os Hindus
acreditam que em tempos estressantes e tumultuados cantar o nome de Rama e
ouvir seus contos, o Ramayana, traz estabilidade, esperança, paz e prosperidade. Injuriado por feministas, apropriado por políticos,
Rama continua sereno em sua majestade, a única deidade Hindu adorada como um
rei.
Rama é real? Para os Hindus, ele é.
Por toda Índia existem
lugares associados a vida de Rama — Ayodhya em Uttar Pradesh onde ele nasceu,
Chitrakut, também em Uttar Pradesh, onde ele permaneceu nos primeiros anos de
seu exílio na floresta, Panchavati em Maharashtra de onde Sita foi seqüestrada,
Hampi onde Rama conheceu Hanuman, Rameshwaram em Tamil Nadu de onde ele construiu
uma ponte até Lanka e Rishikesh onde ele executou penitência para espiar o
crime de matar Ravana que embora demônio, também era brâmane de nascimento. As
datas do nascimento de Rama, da sua vitória sobre Ravana e do seu retorno a
Ayodhya são conhecidas e celebradas como os festivais Rama Navami, Dusshera e
Diwali. Mesmo o horóscopo de Rama é conhecido dos astrólogos; ele mostra todos
os sinais de Rama sendo um grande homem. Isso tudo faz de Rama uma
figura histórica? Sim, para os Hindus faz. Mas a noção de História para os
Hindus é bem diferente da noção popular de História, como nos mostra o episódio
de um Rama-katha popular narrado acima.
Traduzido de trechos do
excelente “The Book of RAM”, escrito por Devdutt Pattanaik www.penguinbooksindia.com
Hanumam |
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