Construindo uma fundação forte, estável e flexível
Pārśvottānāsana: postura final
Pārśvottānāsana: fase côncava
Pārśva = lateral ou
flanco.
Uttāna = alongamento
intenso.
Em Pārśvottānāsana as
laterais do peito se alongam intensamente.
Este āsana vem
classificado com o grau de intensidade 6 na escala de 1 a 60 criada por BKS
Iyengar no “Light on Yoga”. É um āsana elementar e faz parte do grupo das posturas em pé,
que é a base de todos os demais.
Por sermos bípedes e passarmos grande parte do tempo em pé, a fundação
para a maioria de nossos movimentos e ações são as pernas. Geeta Iyengar sinaliza a importância das posturas em pé e explica
porque elas são as primeiras a serem apresentadas em seu livro
“Yoga a Gem for Womem”: “Sem uma fundação forme, um edifício não fica de pé. Da
mesma maneira, sem uma firme fundação de pernas e pés fortes, o cérebro, que é
o acento da inteligência, não pode ser mantido no correto alinhamento em
relação a coluna.”
No método Iyengar, as
aulas para iniciantes são basicamente compostas por posturas em pé, porque elas
deixam o corpo forte, estável, e ao mesmo tempo flexível, preparado para a
pratica das posturas mais avançadas.
Dicas utéis de alinhamento durante a pratica pessoal
Pārśvottānāsana é uma
postura desafiadora em relação ao correto alinhamento. Ao fazermos o āsana é
muito comum não termos a menor ideia de como está posicionada nossa pelve. Como
todas as demais posturas, existem as ações básicas, mas muitas vezes mesmo durante
uma aula com seu professor “cantando as ações” você continua sem saber se a pelve
está mesmo paralela. Abaixo selecionei algumas dicas úteis para o auto-ajuste.
• Na postura clássica o
calcanhar do pé da frente fica em linha ao arco do pé de trás, o que dificulta
o equilíbrio e a percepção da pelve e dos quadris. Para facilitar, experimente
alinhar calcanhar com calcanhar ou ainda afastar os calcanhares deixando o
espaço entre eles um pouco maior (só um pouco mesmo).
• Use uma das cordas da
parede (gancho na altura média). “Entre no laço” e mantendo a corda esticada
faça Tadāsana com corpo voltado pro meio da sala. Deixe a corda passar por
suas virilhas e o nó centralizado no púbis, dê um passo com uma perna para
frente e com a outra para trás entrando na postura (fase 1 com o tronco
erguido). Observe se a corda e o nó continuam paralelos como estavam quando em
Tadāsana. Faça os ajustes necessários na pelve com a ajuda da corda e do nó como
referência.
• Ao fazer a postura no
meio da sala, use as bordas do seu mat como referência para o posicionamento da
bacia. Observe a distância entre seu pé da frente e a borda externa do mat, em
seguida observe a distância do seu quadril (do lado da perna da frente) em
relação a mesma borda do mat.
• Faça a variação de
entrar na postura a partir de Ūrdhva Hastāsana. Ao flexionar o tronco a frente
com os braços paralelos entre si e estendidos, permita que o braço do lado da
perna de trás lidere o movimento e se alongue um pouco mais a frente do que
o outro.
Lembrem-se também que:
• Se as mãos não juntam-se
em Paścima Namaskārāsana, você pode fazer Baddha Hasta nas costas (antebraços cruzados
e mãos segurando cotovelos).
• Se o equilíbrio na
postura completa ainda é muito desafiador, faça a postura (fase coluna côncava
e final) com as pontas dos dedos das mãos no chão.
• O calcanhar do pé de
trás deve manter-se fixo no chão para que seu peso fique na perna de trás. Se o calcanhar ainda não toca o chão, use
um apoio como um slanting plank ou uma “pizza” e pressione fortemente o
calcanhar sobre ele. Use também uma parede para apoiar o calcanhar da perna de
trás.
Efeitos*
Alivia rigidez na
musculatura das pernas, pelve, ombros, cotovelos, punhos, e torna a coluna
elástica. Enquanto a cabeça repousa no joelho, os órgãos abdominais são
massageados e tonificados. Os ombros são levados para trás, o que facilita a
respiração profunda.
* tradução livre dos efeitos listados por BKS
Iyengar em “Light on Yoga”.
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