palavras do Guruji

viagens pelo mundo afora e pelo universo dentro de mim


"Você não precisa viajar a um lugar remoto para buscar a liberdade; ela habita seu corpo, seu coração, sua mente, sua Alma. A emancipação iluminada, a liberdade, a pura e imaculada felicidade estão a sua espera, mas você precisa escolher embarcar na jornada interior para descobri-las."
B.K.S. Iyengar em Luz na Vida

7 de setembro de 2013

Yogasana por Prashant Iyengar



Prashant Iyengar acaba de publicar mais um livro, Yogasana (The 18 Maha Kriyas of Yogasana - philosophy, religion, culture esoterics and mysticism of yogāsana) (Yogasana, os 18 Mahakriyas do Yogasana - filosofia, religião, esoterismo e misticismo do yogasana, em tradução livre). Ao contrário do título super longo, o livro não é dos mais grossos, tem 193 páginas e o tamanho da fonte é bem ok.

A introdução já é uma jóia. A seguir, um resumo do que li.

O que comumente chamamos apenas de āsana quer realmente dizer yog-āsana, o 3º aspecto do Aṣṭāṅga Yoga descrito por Patañjali em seu tratado Yoga Sūtra. Āsana não significa apenas postura, como é muita vezes traduzido. Āsana é yog

Em sânscrito āsana significa assento, lugar pra sentar, ou sentado. Mas āsana não significa tampouco postura sentada.

Āsana (em qualquer posição que o corpo físico esteja) deve ser um assento para a consciência, ou para as coisas mentais, ou ainda para toda a constituição de “eu”, “mim” e “meu” da personificação. Ou seja, para citta.

No 2º capítulo do Yoga Sūtras, Patañjali define āsana como:

स्थिरसुखमासनम् 
sthirasukhamāsanam

Ao contrário do que muitas vezes ouvimos, a tradução desse aforismo não é: āsana é uma posição física fácil e confortável.

Ele sinaliza que toda a personificação precisa estar em facilidade, conforto, benevolência, quietude, consolo e generosidade. Em yogāsana, citta tem que estar em estabilidade e benevolência. A condição para meditação e transe deve ser cultivada.

O conceito inicial é o de que āsana deve ser estável, confortável e benevolente para propósitos físicos, psicológicos e empíricos. 

Mas ser estável, confortável e benevolente para Dhyāna (meditação, absorção e transe) é incomparavelmente diferente. E o livro do Prashant lida com esse 2º conceito.

Āsana deve ser uma posição, uma condição e um estado efetivos, produtivos, condutivos, fáceis, confortáveis, belos e graciosos.

Segundo Prashantji, Patañjali opina que āsana deve facilitar, ser o gatilho, ser a causa e gerar condições não mundanas, transcendentes, estáveis de “eu”, “mim” e “meu” (ou seja, de citta).

Indo além, āsana deve gerar uma condição de isolamento em relação às agitações, ferocidades, oscilações e em relação às dualidades e às turbulências resultantes delas. Assim, as condições meditativas podem manifestar-se e citta pode absorver-se na “Infinidade”.

Prashantji termina a introdução com a seguinte pergunta: não parece risível achar que āsana deve ser meramente estável fisicamente e confortável e fácil corporalmente?

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