Prashant Iyengar acaba de publicar mais um livro, Yogasana (The 18 Maha Kriyas of Yogasana - philosophy, religion, culture esoterics and mysticism of yogāsana) (Yogasana, os 18 Mahakriyas do Yogasana - filosofia, religião, esoterismo e misticismo do yogasana, em tradução livre). Ao contrário do título super longo, o livro não é dos mais grossos, tem 193 páginas e o tamanho da fonte é bem ok.
A introdução já é uma jóia. A seguir, um resumo do que li.
O que comumente chamamos apenas de āsana quer realmente dizer yog-āsana, o 3º aspecto do Aṣṭāṅga Yoga descrito por Patañjali em seu tratado Yoga Sūtra. Āsana não significa apenas postura, como é muita vezes traduzido. Āsana é yog.
Em sânscrito āsana significa assento, lugar pra sentar, ou sentado. Mas āsana não significa tampouco postura sentada.
Āsana (em qualquer posição que o corpo físico esteja) deve ser um assento para a consciência, ou para as coisas mentais, ou ainda para toda a constituição de “eu”, “mim” e “meu” da personificação. Ou seja, para citta.
No 2º capítulo do Yoga Sūtras, Patañjali define āsana como:
स्थिरसुखमासनम्
sthirasukhamāsanam
Ao contrário do que muitas vezes ouvimos, a tradução desse aforismo não é: āsana é uma posição física fácil e confortável.
Ele sinaliza que toda a personificação precisa estar em facilidade, conforto, benevolência, quietude, consolo e generosidade. Em yogāsana, citta tem que estar em estabilidade e benevolência. A condição para meditação e transe deve ser cultivada.
O conceito inicial é o de que āsana deve ser estável, confortável e benevolente para propósitos físicos, psicológicos e empíricos.
Mas ser estável, confortável e benevolente para Dhyāna (meditação, absorção e transe) é incomparavelmente diferente. E o livro do Prashant lida com esse 2º conceito.
Āsana deve ser uma posição, uma condição e um estado efetivos, produtivos, condutivos, fáceis, confortáveis, belos e graciosos.
Segundo Prashantji, Patañjali opina que āsana deve facilitar, ser o gatilho, ser a causa e gerar condições não mundanas, transcendentes, estáveis de “eu”, “mim” e “meu” (ou seja, de citta).
Indo além, āsana deve gerar uma condição de isolamento em relação às agitações, ferocidades, oscilações e em relação às dualidades e às turbulências resultantes delas. Assim, as condições meditativas podem manifestar-se e citta pode absorver-se na “Infinidade”.
Prashantji termina a introdução com a seguinte pergunta: não parece risível achar que āsana deve ser meramente estável fisicamente e confortável e fácil corporalmente?
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