Fomos passar o dia em Srirdi, para visitar o templo do Sai Baba, um grande homem que dedicou sua vida a ajudar pessoas e animais.
Nascido em uma família de muçulmanos, desde menino demonstrou ser uma criança especial. Aos 8 anos de idade — apenas 8! — saiu de casa e foi viver como saddhu, isso é, mendigando e aceitando o que lhe davam. Com o passar dos anos, foi conquistando devotos que encantados por sua bondade, queriam ouvir suas palavras e ficar em sua companhia...
Um grande homem foi Sai Baba: nunca o viram comer e tudo que ganhava doava a outras pessoas e animais.
Hoje a cidadezinha onde ele nasceu é conhecida em toda a Índia. O lugar onde ele viveu se transformou em um grande templo que recebe milhares de visitantes todos os dias.
Saímos cedinho para conseguir receber o darsham (ver a grande imagem do homem santo e receber uma benção) e fazer um puja (oferenda). O plano era comer prasada (comida abençoada) depois. Aos chegar, me senti na Índia da minha primeira estada aqui... muita gente, mais muita gente mesmo e muita negociação.
Atrasamos. Paramos para um lanchinho em um lugar com uma vista linda, que de quebra tinha um pequeno altar pra Durga. Em seguida, de volta a estrada, o pneu do nosso SVU arrebentou, nunca vi um pneu ficar daquele jeito! Quando chegamos, os estacionamentos já estavam lotados e ficamos logo de cara negociando a possibilidade de estacionar em um lugar meio “Vip”. E fala daqui, pergunta de lá, argumenta, telefona, discute, pergunta pra não sei quem... Ok, pudemos parar!
Logo de cara, fomos convidados a comprar as coisas pro Puja. Todo mundo queria fazer a oferenda: um coco, que depois de abençoado deve ser comido ou dado pra alguém querido, uns tecidos, um lenço pra cabeça, flores, prasadinhas (docinhos e grão de bico torrado)... Nosso motorista negociou horas em Marathi ou Híndi — eu é que não sei. Ligou várias vezes pro chefe dele em Pune para saber se aquele dinheiro todo era justo... ameaçamos não levar nenhum... eles insistiram... baixaram o preço... de Rs. 250 pagamos RS. 100.
Mais um tempão para saber onde deixar os sapatos e bolsas. Por conta dos ataques terroristas contra hinduístas, tudo deve ficar do lado de fora do templo (bolsas, celulares, filmadoras, máquinas fotográficas...). Mais uma fila e passamos por um detector de metal, segurando a carteira em uma mão e o saco plástico com o puja na outra.
Foi mais de 1 hora na fila. São duas salonas enormes com monitores de televisão que mostram o movimento na rua, da fila mais pra frente, da imagem do Sai Baba sentado com um manto Pink nos ombros. A fila se estendia por duas salas com aquelas divisórias dos parques de diversão da Disney, onde virava e mexia alguém entoava umas palavras sobre o Sai Baba e a multidão gritava Jai (bem lindo!). Subimos umas escadas, também cheias de gente e empurra-empurra (controlado por guardas fardados) até finalmente chegarmos onde está a imagem grandona de Sai Baba em cima de um palanquezinho. Nele, alguns Bhramanis pegam as oferendas, retiram as flores que ficam no altar e devolvem todo o resto abençoado. Tem gente que leva só flores, tem gente que vai só para olhar e rezar... é bem lindo... e rápido. O guarda fica meio que mandando as pessoas andarem rápido para não amontoar ainda mais a longa fila.
Queimamos nossos pés descansos no asfalto quente até chegar no local onde é servida a Prasada (apenas RS.5 e parece que bem gostosa) para descobrir que a nossa leva de comida só ficaria pronta as 16:00. Tínhamos mais de uma hora de espera pela frente. Abortamos a idéia da prasada, procuramos um outro restaurante que nos indicaram, mas ninguém conhecia — ou preferia fingir que não para nos levar a outros lugares.
Fomos comer bem mais tarde, já no meio caminho de volta a Pune. Masala Dosa e Chai, uma delícia!
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